No
dicionário, a palavra “contágio” tem a seguinte definição: ‘Transmissão de uma
doença por meio de contato mediato ou imediato’. Além desta designação, o
próprio dicionário traz uma definição figurativa da palavra: ‘Imitação
involuntária’.
E é
justamente sobre este segundo conceito que falaremos. Talvez todos nós já
tenhamos sido ‘contagiados’ de alguma forma. Quem, por exemplo, nunca passou a
usar gírias ou modismos no falar? Ou acabou ‘pegando’ algum sotaque ao passar
férias em uma região diferente? Até aí nenhum problema. Dá até certo charme...
O problema é
que o mecanismo de imitação funciona para diversas outras coisas e em boa parte
das vezes para coisas não muito boas. E digo mais: Podemos até em um primeiro
momento criticar a atitude, mas se não estivermos muito atentos daqui a pouco
estamos fazendo a mesma coisa. E achando normal.
Alguns se
aproveitam deste padrão de comportamento humano e transformam-no em uma
verdadeira “Filosofia de Vida”, muito comum em empresas, no serviço público,
com os políticos (esses então, nem se fala) e em equipes geridas por líderes
despreparados e incongruentes.
Esta
“Filosofia” tem até um nome: “Quanto pior, melhor”. E faz sentido. Em ambientes
desorganizados, repletos de pessoas que adotam este ‘modo de vida’ é que se
proliferam a corrupção, a incompetência, a impunidade e o atraso.
Quer ver? Há
um horário a ser cumprido na empresa. Quem chega na hora, não fez mais que a
obrigação. Quem se atrasa, tem a conivência do chefe (isto quando o chefe não é
o primeiro a dar mau exemplo).
Os que não se atrasavam começam a ficar
displicentes com o horário e se atrasam também. Então os “espertalhões” já
chegavam mais tarde logo de cara, passam a atrasar-se ainda mais. Pronto: Clima
propício para uma equipe desunida, indisciplinada e que sempre obtém resultados
abaixo do esperado.
Traga isto
para a política. Quem é honesto não faz mais que a obrigação (e não faz mesmo!).
Aí vem um (na realidade, vários) e faz coisas ilegais. A punição não vem.
Outros que até então não roubavam, percebem que nada acontece, que a impunidade
impera e passam a roubar também. Só que os ‘mais experientes’ para
diferenciar-se do grupo montam verdadeiros esquemas de desvio de dinheiro
(mensalões, secretárias,etc). Mais uma vez prevalece o “Quanto pior, melhor”.
Sejamos
sinceros, esta cultura é bem mais normal que parece. Na escola já era assim. O
que estudava não era considerado bom aluno. Era chamado de CDF. E jogar lixo na
rua então? E depois, dá-lhe enchente. Percebe?
A mudança
deve começar aos poucos. Primeiramente com a valorização dos bons exemplos em
detrimento dos maus. Depois com a consolidação de uma cultura baseada em
valores e virtudes. E por último, líderes preparados para lidar com sua equipe.
Gente que saiba cuidar de gente. E definitivamente acabar com esta cultura. Que
tal sermos contagiados por tantos bons exemplos que existem por aí?
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