Todos nós temos problemas. Faz parte do processo, são
situações que surgem em nosso cotidiano e que queiramos nós ou não, temos de
enfrentar. Alguns são de maior impacto e fogem de nosso controle. Já outros são
pequenas bobagens que acabam atrapalhando um pouco o ritmo de nossa vida. E só.
Mas, tanto os maiores quanto os pequenos servem para que estejamos vigilantes e
tiremos deles os aprendizados que trazem consigo. Vivemos assim e estas são
vicissitudes do nosso caminho. Há pessoas que lidam bem com os problemas,
encarando-os com serenidade e paciência, enquanto outras agem ora de maneira
bastante intempestiva, ora de modo omisso e descompromissado.
No entanto, ultimamente venho detectando uma terceira
categoria. Tenho observado algumas pessoas, ouvido outras e no meu ponto de
vista há um grupo cada vez mais crescente de sujeitos. Pessoas onde o grande
problema é NÃO ter problemas.
Cada vez mais fica latente que os problemas de nossa vida têm
a exata dimensão que damos a eles. É pura e simplesmente uma questão de
perspectiva. Contudo, há pessoas que justamente por não ter problemas de uma
magnitude suficientemente grande acabam supervalorizando questões cotidianas,
transformando-as em verdadeiros dramas. Uma discussão tem o peso de uma guerra,
um infortúnio ganha o status de um tremendo azar. Estas pessoas entram e saem
de ‘supostas crises’ com frequência, desabam em uma tristeza desmedida,
sentem-se ofendidas, perseguidas, injustiçadas e acabam até distorcendo fatos
para que estes possam se enquadrar na ‘categoria’: PROBLEMA.
Mas de onde será que vem isso? Qual a real intenção? O que
faz com que meras contingências de uma vida atribulada sejam maximizadas e
elevadas ao patamar de situações ‘insolúveis’, gerando sentimentos de tristeza,
mágoa, raiva, ansiedade e ‘pré – ocupação’ exageradas?
Dentre as diversas hipóteses plausíveis, algo me diz que
estes pseudo-dramas têm uma única finalidade. Pode parecer exagerado de minha
parte, mas vou tentar resumir em uma só frase. Lá vai: “As pessoas não tem
problemas, elas querem atenção”. Desculpe se você discorda, mas fica cada vez
mais evidente que o que as pessoas sentem é algo chamado carência. Sim, sentem
carência de atenção, de serem ouvidas e de que alguém que lhes dê a atenção que
julgam merecer. Quando conseguem a atenção de alguém, simplesmente a solução
‘mágica’ aparece.
Exagero? Então pense em pessoas que você conhece,
principalmente aquelas que vivem reclamando da vida, de tudo e de todos, e
analise se há motivos para isso ou se elas estão super dimensionando os
problemas que tem. Infelizmente o que estas pessoas não percebem é que em uma
escala muito sutil a sistemática e repetitiva ênfase nos obstáculos da vida,
acabam deixando-as em uma situação onde se torna ‘costume’ lidar com problemas
e quando percebem não conseguem sair mais deste triste ciclo. Fique atento em
qual das categorias você se enquadra e evite cair nesta armadilha.
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