segunda-feira, 24 de outubro de 2011

'Psicoterafins' por Tatiana Alvares


Na atual e nova etapa profissional que vivencio, uma grande revisão de valores e postura tem sido o que dá o tom nos meus dias.

Me dedico até a uma certa exaustão em ler e estudar os conceitos que me caem bem hoje e que desejo oferecer de maneira integrada a clientes, pacientes, parceiros. Isso não significa, de modo algum, que sou totalmente conhecedora de algum deles. Apenas talvez signifique que já é suficiente para tecer opiniões e tomar decisões sobre a direção que darei às minhas especialidades, seja na prática clínica, consultiva ou “treinativa".

Psicologia analítica, psicanálise, programação neurolinguística (PNL), hipnose, coaching, física quântica, misticismo, teorias do comportamento. Para alguns, ler esta frase e ver essa 'miscelanea' antípoda pode parecer o oitavo pecado capital, mas me deixe estruturar alguns pensamentos que me são possíveis, convergindo o melhor de cada uma dessas ciências:

1) Responsabilidade: seja em qualquer uma das ciências citadas acima, responsabilizar-se por si, conhecer-se e parar de se queixar do mundo é unânime. Conheça-se, aja, resolva e isso será apenas e unicamente responsabilidade SUA. Quem é responsivo leva a vida de maneira mais qualificada e satisfatória, mantendo foco no que é se SEU controle e cessando os escapes de energia que insistem todas as vezes que nos incomodamos e não fazemos nada com isso ou, pior, responsabilizamos o outro por nosso cansaço ou desânimo. Ah! E é responsabilidade de CADA UM DE NÓS também quando não nos conhecemos.

2) Escolha: acompanhada da responsabilidade, somos nós os donos das escolhas que fazemos, sejam elas conscientes ou não. A todo momento decidimos por A ou por B e, olha só, somos NÓS mesmos que as fazemos, uma a uma. Aumentar nossa capacidade de fazer escolhas melhores e mais congruentes conosco é a missão que os seres humanos todos tem em comum.

3) Vontade: predominantemente nos assuntos de física quântica, mas também presente nas demais, a vontade é aquela força que empreendemos sobre qualquer aspecto de nossa vida. Ela está acima das condições do nosso corpo, acima das estruturas da personalidade, acima dos tipos psicológicos. E isso porque ela é um elemento de estâncias superiores daquelas mentais. Vontade é aquele negócio que, muito além do querer, opera sobre em qual frequência vibraremos e quais coisas/pessoas/acontecimentos atrairemos até nós. 

4) Repetição: na PNL, na psicanálise, no misticismo, a repetição serve como a grande porta que estoura outras portas. Na psicanálise estoura a porta para o recordar e elaborar, na PNL a porta da excelência, no místico a porta da evolução. Grande prima da vontade, a repetição é um instrumento poderoso de autoconhecimento, desde que seja utilizada como RECURSO e não como um bom motivo para nos vitimizarmos com coisas do tipo: “Não consigo fazer diferente...”

5) Perguntação: se a grande porta do desenvolvimento humano é a boa repetição, a chave dela é a 'perguntação'. NADA substitui, em TODAS as ciências que listei, os resultados positivos que a habilidade de fazer boas perguntas traz. E boas perguntas significa levar em conta o mundo psi do outro, esquecendo-se do seu. É garantir o direito das pessoas de sentir e pensar como sentem e pensam. É honroso e, só assim, possível encaixar a chave na porta correta.

6) Emoção: exceto para uma das ciências que citei e em uma das suas modalidades, para todas as outras o conteúdo emocional é a alavanca daquela porta onde a chave entra.  É o qualitativo para uma vida qualificada (não usei a palavra feliz, pois – acredite – tem gente que não dá a mínima para isso. E isso deve ser respeitado). É o decisivo para que nós ofereçamos à vida algum sentido e a nós mesmos, a humanidade.

Em anos de divã e aposta certa em programas comportamentais, uma questão foi evidenciada em minha personalidade: eu não gosto de perder. Portanto, fazer escolhas é sempre algo altamente angustiante e hoje em dia mais ainda desafiante para mim. E aí, creio eu, usei esse meu “defeito” para fazer o que é uma - modéstia a parte - boa característica: empreendedorismo. Meu negócio é juntar as melhores coisas, resolver e ponto.

Ouvi uma frase numa novela (grande representante das boas tolices da nossa vida) que encerra as questões sobre desenvolvimento, na minha visão: “O simples aproveitamos. O complicado resolvemos. E essa é a vida.”

Que todos aqueles envolvidos nos “psicoterafins” e ”desenvolvefins” estejam ocupados única e exclusivamente com uma ética: oferecer ao outro condições de inventar-se e responsabilizar-se por isso. É o caminho, no meu modelo mental, para se viver bem.

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