quinta-feira, 29 de março de 2012

Tesarac - José Carlos Carturan


Já ouviu falar em Tesarac? É um termo criado pelo autor norte-americano Shel Silverstein para descrever períodos da história onde ocorrem mudanças sociais e culturais significativas, em que a situação e a sociedade se tornam mais confusas e caóticas até conseguirem se reorganizar.

Nesta fase, sentimos o período de mudança, que algo está acontecendo, reconhecemos o que “já era”, mas ainda não conseguimos saber o que “vai ser”. No âmbito da história, podemos citar como exemplos de “tesarac” a libertação dos escravos que passaram ao status de consumidores e mão de obra remunerada e o início da Revolução Industrial, quando houve a mudança de uma demanda reprimida para uma oferta abundante de produtos. Talvez você perceba isto. As coisas mais antigas vão perdendo relevância enquanto as novas ainda não possuem uma confiabilidade suficiente para substituí-las.

Há um famoso caso de quando Albert Einstein ainda dava aulas e estava aplicando uma prova a seus alunos e um deles levantou a mão e disse: “Professor, esta prova está comprometida. Algumas questões são iguais às formuladas no ano passado.”. Einstein, tranquilamente então, respondeu: “Não tem problema, as questões são as mesmas, mas neste ano, as respostas são diferentes”Embora simples, a resposta pode nos trazer um momento de reflexão: Será que não estamos agindo como agíamos antigamente, em um momento onde a vida requer de nós algo diferente, inovador? Não adianta tentarmos “colher morangos”, se estamos “plantando maçãs”. Se continuarmos fazendo as mesmas coisas, da mesma maneira, certamente colheremos resultados iguais ou até piores do que os anteriores. Isto toma um vulto ainda maior quando valores que são pilares da sociedade como família, religião e cidadania também passam por esta transição.

E talvez depois de ler tudo isto, você pergunte: “Mas então José Carlos, como lidar com esta atual realidade?” Logicamente, não se trata de uma resposta simples, mas ouso dizer que a premissa básica, o ponto inicial de todo este caminho é o autoconhecimento. Quando sabemos lidar com nós mesmos, com nossas emoções, com nossos objetivos e sabemos o real propósito de nossa vida, tudo passa a fazer mais sentido. Sentimos-nos mais preparados para lidar com as turbulências e os obstáculos da vida. Temos os recursos necessários para enfrentar os desafios que aparecem e continuarmos firmes em busca dos nossos sonhos.

A boa notícia é que este caminho do autoconhecimento é muito mais alcançável do que se possa imaginar. A má notícia é que poucas pessoas se dispõem a dar o mais difícil passo em sua direção: O primeiro passo.

Mas isto sim está no seu controle. Buscar algo diferente ou viver a vida toda reclamando de falta de sorte, de oportunidades e dizendo a você mesmo: “Eu não posso, não consigo, não tenho capacidade”. Perdoem-me, mas sinceramente não acredito nisto.
Não se trata apenas de tomar novas decisões. Trata-se de rever as suas decisões antigas, quebrar alguns paradigmas e permitir a si próprio, quantas novas chances forem necessárias.

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sexta-feira, 23 de março de 2012

quinta-feira, 22 de março de 2012

Expectativas - José Carlos Carturan


Segundo o dicionário, o significado de expectativa é: Esperança fundada em promessas, viabilidades ou probabilidades; Ação de esperar, ter esperança. Conceituação conhecida para uma palavra bastante usual em nosso vocabulário. Vivemos falando de nossas expectativas e esperanças. Muitas vezes estas expectativas são o combustível, a mola propulsora que nos move em direção aos nossos sonhos. E isso é muito bom.

Mas, como em tudo na vida há o outro lado e queiramos nós ou não, também somos alvo de expectativas de outras pessoas. Mesmo sem saber, estamos inseridos nas expectativas dos outros, vivendo algo como um ‘sonho alheio’.

Isto é inerente ao ser humano. Faz parte de nossa natureza. Quando crianças idealizávamos o par perfeito, fosse este par a menina mais bonita e inteligente da classe ou para as meninas o protótipo do príncipe encantado, que atendesse aos anseios e.....expectativas.

Até aí também, nenhum problema. Vivemos em comunidade e, portanto, somos passíveis de participar da vida de outrem. As coisas começam a tomar um rumo meio delicado quando as pessoas passam a exigir de nós papéis exatamente iguais aos que elas imaginavam ou pensavam para nós em seus roteiros pessoais.

Sem sermos avisados somos rotulados como isto ou aquilo e passamos a viver um enredo paralelo ao que escolhemos para nós. Digo até que na melhor das hipóteses somos protagonistas do ‘filme’ de nossa própria vida e coadjuvantes no da vida dos outros. Contudo, às vezes isto se inverte. E as pessoas passam a esperar de nós algo exatamente igual ao que elas almejavam. E quando não cumprimos o (não) combinado, isto as chateia. Será que poderiam ao menos perguntar se topamos participar deste filme, concordamos com esta sinopse em que fomos incluídos?

Mas há algo ainda mais preocupante. Parece que quanto mais atendemos às tais expectativas alheias, mais somos cobrados. E as pessoas esperam de nós condutas ainda mais irretocáveis. É verdadeiro dizer também que, se esperam de nós algo é porque julgam que temos recursos para tal. Entretanto em alguns momentos, parece que nossos recursos para lidar com algumas situações estão crescendo em progressão aritmética enquanto as expectativas das pessoas em relação a nós aumentam em progressão geométrica.

E chega um momento onde fazer o possível não basta. Exigem de nós posturas, atitudes e até sentimentos. Se não fazemos ‘assim ou assado’ as pessoas acham absurdo, se não gostamos de alguém então, é o fim do mundo.

Isto vale para a vida profissional e o convívio pessoal. Creio que alguns dos grandes distúrbios como depressão, ansiedade, estresse sejam causados por esta dificuldade em administrar entre o que queremos/desejamos e o que os outros querem/desejam de nós.

E o resultado é bem complexo. Na maioria das vezes, não dá para conciliar as duas coisas e quanto mais pendemos para um lado mais o outro fica comprometido. E a questão final fica: Suprir as expectativas dos outros ou as nossas? Uma destas respostas lhe dará a chance de ser feliz. Já a outra...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Brilho nos olhos - José Carlos Carturan


Atualmente, uma das perguntas mais frequentes que respondo quando estou ministrando treinamentos é sobre a insatisfação e falta de motivação das pessoas com relação à vida e principalmente às atividades profissionais. Até que em um destes treinamentos uma pessoa, em um papo informal, perguntou a minha opinião sobre quais eram os motivos de tantas pessoas estarem insatisfeitas em seu trabalho, mesmo algumas que são extremamente bem remuneradas.

Na minha percepção há uma gama infinita de fatores que influenciam neste aspecto. Mas respondi a esta pessoa, muito querida por sinal, o seguinte:
- Quantas pessoas que você conhece que fazem aquilo que fazem com ‘brilho nos olhos’? Percebi um semblante de espanto em meu interlocutor, mas não consegui decifrar se a fisionomia significava reprovação, surpresa ou dúvida. Ao perguntar se havia falado algo inoportuno, recebi de volta um sorriso extremamente acolhedor e um agradecimento.

Parei para refletir depois daquela conversa e me veio muito forte a lembrança das decisões que tomei em minha vida nos últimos anos. E percebi que ainda que não tivesse consciência disto, minhas escolhas foram feitas com base neste critério. ‘Brilho nos olhos’. Lembrei-me inclusive de um compromisso que assumira comigo mesmo. Não faria profissionalmente nada mais que não me trouxesse este sentimento de satisfação pessoal.

Minha escolha de abdicar da Odontologia foi pontual. Foi exatamente quando percebi que, devido a alguns fatos e circunstâncias eu perdera o tal ‘brilho’. Atualmente o que faço me traz enorme realização. Trabalhar com treinamentos, cursos, palestras e com desenvolvimento pessoal foi uma escolha acertada.

Me causa certa chateação constatar que a maioria imensa das pessoas exerce suas atividades profissionais com extrema má vontade. E o pior. Há duas categorias. Os que são insatisfeitos em suas profissões, atividades ou ofícios e assumem isto reclamando o tempo todo. E outros que talvez sejam ainda mais infelizes, porque enganam a si próprios e não tem coragem de assumir que não querem mais exercer as atividades atuais.

Os motivos? Posso citar alguns. Preguiça, falta de coragem em mudar, conformismo, importância exagerada ao ‘status’ (geralmente ilusório) que a profissão ou posição traz, apego ou necessidade financeira, orgulho em aceitar que fez escolhas anteriores equivocadas, medo de fracassar e infelizmente, uma das mais comuns - A preocupação com o que ‘os outros vão pensar’.
Logicamente as mudanças nem sempre são tão simples. Como não foram para mim. Mas se a firmeza de propósito existe, como que por encanto, as coisas passam a acontecer.

Talvez não sejamos artistas, esportistas, nem lideranças políticas ou religiosas, mas nem por isso deixamos de ter a responsabilidade tocar a vida das pessoas. Mas para isto, antes é essencial que estejamos alinhados com nossos próprios sonhos e propósitos.

E para sabermos se isto está acontecendo, se realmente estamos alinhados há uma pergunta que deve ser feita para nós mesmos. Eu vivo com ‘brilho nos olhos’? E então? Qual sua resposta?

ODISSÉIA II - O Herói e sua Missão


Simplesmente indescritível!!!

Um final de semana de emoções intensas, garra, superação, transformação, poder e determinação...

Guararema presenciou a jornada de HERÓIS GIGANTES...Cada momento, cada vitória foi celebrada e compartilhada com uma turma de #PESSOASDOBEM muito especial...

Tenham certeza...Nós da Elleven jamais esqueceremos esta Turma, porque...

NÓS ANDAMOS ENTRE GIGANTES!!!

YA!!!!!

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sexta-feira, 9 de março de 2012

Colheres Compridas - José Carlos Carturan


Talvez já tenham percebido que gosto muito de fábulas, contos, histórias. Hans Christian Andersen, autor de contos como ‘O patinho feio’ e ‘O soldadinho de chumbo’ dizia que as fábulas servem para que as crianças durmam e os adultos despertem. Penso que há uma sabedoria enorme contida em alguns contos, lendas que marcam nossa mente inconsciente de maneira muito intensa e geram aprendizados perenes. Por isso, hoje vou mencionar uma lenda chinesa.

Diz a lenda que o discípulo se dirigiu ao mestre e perguntou a este o que era céu e o que era inferno. O sábio homem respondeu:
- Por mais que você fique surpreso a diferença, no final, é pequena, mas traz grandes consequências. Venha, vou lhe mostrar o inferno.

Entraram em um ambiente onde havia uma grande quantidade de pessoas sentadas ao redor de um enorme caldeirão, repleto de uma comida que parecia ser deliciosa pelo maravilhoso aroma que exalava. Todos estavam famintos e desesperados. Cada um tinha uma colher presa pela ponta do cabo à mão, que chegava até a panela. No entanto, os cabos eram tão compridos que ninguém conseguia levar a colher à boca. O sofrimento era terrível.

Passado um instante, o mestre virou-se para o rapaz e disse:
-Venha. Agora vou mostrar-lhe o céu.
Entraram em outro ambiente, idêntico ao primeiro. Ali também havia um caldeirão cheio de comida, muitas pessoas e as mesmas colheres que eram na realidade tão desproporcionais quanto às anteriores. Contudo, ali todos estavam alimentados e aparentavam estar felizes e serenos.

O discípulo então perguntou:
- Mestre, como podem estar felizes e tranquilos em relação às pessoas da outra casa, se ambos têm exatamente o mesmo?
O mestre sorrindo respondeu:
- Então você não percebeu? A resposta é simples, meu jovem. Como o cabo da colher é muito comprido é impossível levar comida à própria boca. Mas aqui eles aprenderam a alimentar uns aos outros.
Pois bem. Será que um dos fatores das angústias do ser humano não é algo semelhante a isto? Será que as pessoas não andam tão preocupadas em ‘alimentar a si mesmas’ que não conseguem perceber que há outros seres humanos ao redor, que na pior das hipóteses precisam ser ‘alimentados’ com respeito, dignidade, carinho?

Muitas vezes as pessoas parecem tão focadas em si mesmas que são incapazes de olhar ao redor e perceber que senso de colaboração, esforços somados e um mínimo que seja de altruísmo sincero, sem demagogia e nem interesses secundários podem ser um combustível poderosíssimo para que vivam em paz.

Vaidade, cobiça, busca desmesurada pelo dinheiro, sucesso a qualquer preço, apelação, falsos valores. Para estas pessoas, que preocupam-se apenas consigo mesmas, tais sentimentos são extremamente nocivos. Mesmo porque não percebem que dia após dia envenenam a si próprias com estes perfumes que parecem tão inebriantes, mas que com o passar do tempo são venenos fatais.

segunda-feira, 5 de março de 2012

CURSO DE COMUNICAÇÃO e ORATÓRIA EFETIVA - ELLEVEN


Com muita satisfação realizamos neste final de semana mais uma Turma do Curso de Oratória e Comunicação Efetiva em São José dos Campos, no Othon Intervale Hotel.

Foram pessoas que se dedicaram todo o tempo e demonstraram grande superação na aplicação das técnicas de oratória, mas principalmente na superação ao falar em público.

Tivemos momentos de extrema descontração e momentos de emoção, determinação e amizade que deixaram a turma coesa e resultaram em um aproveitamento excelente de todos...

Parabéns e muito obrigado por momentos tão especiais!!!
Equipe Elleven

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quinta-feira, 1 de março de 2012

O Tempo de Deus - José Carlos Carturan


Talvez, dentre tantas classificações, possamos dividir os seres humanos em duas categorias. A primeira seria a dos que vieram ao mundo a passeio. Não se preocupam com nada, não estão nem aí com as coisas, não tem objetivos definidos. É muito provável que estes não sofram, mas é mais provável ainda que façam os que convivem consigo sofrer. São desinteressados, displicentes, acomodados.

E a outra categoria é a dos que buscam algo na vida. Têm sonhos, objetivos, sabe que há algo a ser feito por si mesmo e pelos outros. O fato é que os que se enquadram nesta segunda categoria, como eu e grande parte das pessoas que conheço e convivo, correm sério risco de tocar o outro extremo desta linha. E começamos a cair nesta armadilha, quando ultrapassamos o suave limite entre manter as expectativas em relação ao que queremos e exageramos na dose, nos tornando assim, ansiosos.

Detalhe: quanto maior for o desejo, o sonho, o propósito, mais fácil é de sermos ‘tragados’ por este ‘furacão’ chamado ansiedade. Queremos que as coisas aconteçam, forçamos a barra, insistimos, insistimos mais um pouco, nos chateamos, nos decepcionamos, às vezes culpamos os outros, em outras culpamos a nós mesmos. As reações físicas aparecem, se tornam mais frequentes e podem até virar doenças sérias.

Mas, de nada adianta. Por mais que o planejamento exista e seja fundamental, muitas vezes, mesmo assim as coisas não acontecem exatamente COMO e QUANDO planejamos.
Há algo, no entanto, que insistimos em não perceber. Tudo acontece no momento exato. Quantas vezes pedimos uma oportunidade sem estarmos devidamente preparados? Quantas vezes sofremos por antecipação, esperando algo que queremos e depois recebemos algo bem melhor do que aquilo?
Entenda, não se trata de uma visão conformista, muito menos que não devamos buscar nossos objetivos. Simplesmente não adianta exigirmos que as coisas aconteçam exatamente quando queremos. A nós cabe trabalhar e cuidar das atitudes que estão ao nosso alcance.

Pois bem. Não adianta pressa. Nem ansiedade, nem sofrimento. O tempo que queremos as coisas, em muitas situações não é o tempo certo para conseguirmos. Simples: para que as coisas aconteçam, não existe o tempo que queremos. Existe o tempo certo. Existe o chamado 'Tempo de Deus'. E se queres algo e isto não aconteceu, talvez seja porque não é o melhor para acontecer a você. Ou apenas porque não é ainda a hora certa para acontecer. Espera e confia.