sexta-feira, 19 de julho de 2013

Papéis - José Carlos Carturan



Pode parecer uma comparação simples demais. Mas, talvez seja uma das mais fáceis de ser compreendida. Nossa vida se parece com um filme. Há um enredo, um Diretor que assiste e nos dá as diretrizes ‘lá de cima’. Existem também cenários diferentes, personagens que fazem parte do elenco principal, alternâncias (às vezes bruscas) de contexto. De aventura para drama, de suspense para romantismo, comédia e até alguns momentos de terror.

Esses enredos vão mudando, às vezes construídos criteriosamente como se fosse uma trilogia ou uma saga. Em outros mudam com velocidade vertiginosa, deixando sem fôlego quem participa da trama. Em certas passagens, a trama está traçada e o Diretor não admite mudanças. As coisas estão nas mãos Dele e Ele às vezes tira de cena personagens que são essenciais na nossa história. Aliás, de forma geral, sabemos o final do filme. Nós também sairemos da história.

Entretanto, ao contrário do que muitos pensam, O Diretor fica muitas vezes esperando qual papel nós queremos encenar no filme. Sim, meu caro, seu papel no filme da SUA vida talvez não seja tão predeterminado quanto parece. Há no mínimo quatro alternativas para que você possa escolher e sua escolha sim, incidirá diretamente no enredo do filme.

E talvez você esteja se perguntando: afinal quais são esses tais papéis que posso encenar no filme da minha vida?
Lá vai. O primeiro deles é aquele que foi reservado para você e só para você, mas que ainda assim muitas pessoas insistem em não assumir. O papel se chama PROTAGONISTA. Para encená-lo, basta tomar definitivamente as rédeas das suas decisões e saber que elas são determinantes no final do filme.

O segundo, algumas pessoas, sem perceber vivem encenando. São COADJUVANTES da própria história. Contentam-se em ficar em segundo plano, relegando as decisões, as sequências do filme a outras pessoas, esperando que elas decidam e simplesmente participando disso. Aparecem de vez em quando, quando deveriam aparecer em todas as cenas.

O terceiro papel, não menos comum, é o papel de FIGURANTE. Muitas pessoas o encenam e deixam a trama correr apenas vez ou outra interagindo com os que se tornam os atores principais. Podem ser familiares, cônjuges, líderes. Acham que só se esses outros personagens assumirem o posto principal o filme andará bem. Não ousam aparecer e ficam dependentes dos outros para que a história se conclua. Acabam ficando sem saber qual rumo devem tomar.

E por último, uma função que talvez nem seja um papel, mas que muitos acabam assumindo no filme de suas próprias vidas. O de ESPECTADOR. São aqueles que simplesmente abdicam do poder de decisão que possuem e ficam apenas e tão somente...vendo a vida passar. São aqueles que olham sua própria vida, como se estivessem apenas a mercê do Grande Diretor ou como se o sucesso de bilheteria dependesse apenas dos demais participantes do filme. Não escolhem, não decidem. Apenas assistem a tudo e acham que estão ao sabor da sorte, sem perceber que só eles podem intervir e mudar o gênero do filme, caso o atual esteja desagradando.

Não adianta apenas contar com o Diretor. ELE sempre orienta, mas não adianta se você não se dispuser a atuar como protagonista. E você, atualmente está em qual dos papéis?

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