sábado, 28 de janeiro de 2012

Oscilações - José Carlos Carturan


Hoje ao ler estas palavras talvez você esteja se sentindo maravilhosamente bem. Talvez ontem você se sentisse meio chateado, mesmo sem saber o porquê. É possível que você nem repare nisto ou no quanto estas coisas interferem na sua vida. Porém, acontece com todos nós. É inevitável.

Ora nos sentimos confiantes, determinados, focados. Ora estamos ali, cabisbaixos, desanimados, sem saber muito bem que rumo tomar. E não venha me dizer que não funciona assim. Todos nós passamos por isso, são as oscilações que fazem de nossa caminhada uma trajetória formada por altos e baixos. Para a maioria das pessoas estas ‘idas e vindas’ são bem sutis, enquanto para outras são tão extremas que podem ser diagnosticadas como doença.

Repito, faz parte da estrutura comportamental do ser humano. E se alguém lhe disser que não está sujeito a estas oscilações, desconfie. Uns vivem no lado mais ‘down’ desta frequência por mais tempo e sem perceber acabam entrando em processos como depressão e síndrome do pânico. Outros vivem a maioria do tempo na parte ‘up’ deste pêndulo e se dizem que não tem seus momentos de incerteza e introspecção há algo que pode estar errado.

Tudo que é exagerado, para um lado ou para outro não é salutar. Ou estas pessoas estão utilizando toda esta parte ativa, otimista para esconder alguns ‘fantasminhas pessoais’ ou estão de tal forma dominadas pelo EGO que já ultrapassaram há muito tempo a suave e quase imperceptível linha entre a autoconfiança e a arrogância.

Mas afinal, o que faz com que oscilemos tanto? Novamente a resposta não é exata, pois há diversos componentes envolvidos na formação da realidade pessoal. A maneira como cada um de nós interpreta os estímulos externos, as situações cotidianas que se apresentam em nossa vida certamente é um dos fatores preponderantes para que formemos nossa realidade. Simplesmente pelo fato de vivermos não com base na realidade como ela é e sim em como esta realidade é para nós, sob o nosso ponto de vista.

Se, por exemplo, partimos do centro e vamos visitar outro bairro, quanto mais distante for tal bairro, obviamente maior será nossa dificuldade e o tempo para retornarmos. No âmbito comportamental, funciona da mesma forma. Quanto mais extrema for a maneira que interpretamos as coisas, mais distantes estaremos do tão almejado ponto de equilíbrio.

Este equilíbrio é que permite que as oscilações, como já dito inevitáveis, sejam mais brandas. Há pessoas que ficam extremamente felizes, radiantes quando algo bom lhes acontece e sofrem demasiadamente, absurdamente, quando passam por algum dissabor. Estas pessoas vivem a vida de maneira mais intensa? Podemos até interpretar desta forma, mas certamente estão muito mais sujeitas a se desequilibrar, a ter rompantes frente às situações que inexoravelmente a vida nos apresentará. Perceba isto em você. Qual tem sido o grau de suas oscilações? Você tem ido muito a estes extremos?

Um comentário:

  1. Adorei!!! Bom saber que essas oscilações são normais rsrsr achava que o problema era eu rsrsr Tentando ficar no meio termo, como sempre o caminho do meio é o melhor!!! Bjosss

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