quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A pergunta final - José Carlos Carturan


São seus últimos momentos de vida. De forma totalmente inesperada, inusitada, surpreendente algo acontece com você. Em milésimos de segundos, como se fosse um filme, imagens de pessoas que você ama, de lugares que conheceu, situações importantes e relevantes em sua vida começam a passar em ‘flashes’ diante de seus olhos. No entanto, dentre todas as sensações, a mistura de emoções, sentimentos e receios uma pergunta aparece em destaque na sua mente, que já não consegue manter uma linha de raciocínio. Você tenta desviar a atenção, mas a pergunta novamente aparece em sons, imagens e sentimentos, como se fosse uma cobrança, ou uma autocobrança.

E a pergunta é: Consegui cumprir minha missão?
Logicamente partindo do pressuposto que você tem uma missão a cumprir, aprendizados a receber e a tarefa de compartilhar com os outros alguns dons que lhe foram confiados pelo Grande Pai Celestial. É o milagre da vida que nos foi dada e a missão que temos a cumprir. E a sua mente repete a pergunta: Afinal você cumpriu ou não sua missão de vida? Se tudo terminasse hoje, você teria atingido seu real propósito?

Realmente há alguns que não tem a mínima ideia de tudo isso, que realmente vivem distantes destes conceitos e talvez seja este um dos maiores motivos de tantas pessoas insatisfeitas, infelizes e amarguradas.
No entanto a grande dúvida é: Como posso descobrir minha missão? E há dois pontos relevantes nesta questão: Primeiro. Qualquer função, qualquer profissão, qualquer atividade pode se transformar em um propósito de vida, desde que exercida com respeito, dignidade e competência, ou seja, para cumprir nossa missão não necessariamente precisamos ocupar uma posição de destaque.
Segundo ponto: Como tomar a decisão correta? Como saber qual é o caminho a ser seguido? Difícil esta resposta, não é? Talvez a única maneira seja realmente seguir nossa intuição, que insistimos em menosprezar.

Há um trecho de um livro de Carlos Castañeda que diz o seguinte: “É inútil desperdiçar a vida em um único caminho, especialmente se este caminho não tiver CORAÇÃO. Antes de tomar um caminho, faça a seguinte pergunta: Este caminho "tem coração”? Se a resposta for não, você saberá e deverá escolher outro caminho. Um caminho "sem coração" jamais é agradável. Você terá que se esforçar muito, até mesmo para iniciá-lo. Por outro lado, o caminho "com coração" é fácil; não o obriga a esforçar-se para dele gostar"

Talvez este seja o único meio de descobrirmos qual nosso real propósito. Buscarmos algo que fazemos com o coração, que nos traga satisfação e prazer. Na pior das hipóteses, ainda que não obtenha total êxito, você estará alinhado a coisas que para você são importantes. E não há nada que traga maior satisfação do que fazer o que se gosta. Mesmo que para isso seja necessário tomar algumas decisões, quebrar alguns paradigmas e mudar completamente de rumo, sabendo ao menos o destino que almeja. As pessoas que se propõem a assumir este risco normalmente tornam suas vidas em algo que vale a pena.

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