quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ciclos Nocivos - Dr. José Carlos Carturan


Alguns dados merecem ser avaliados criteriosamente. Seria acaso o fato de mais de 70% das empresas com maior destaque no ‘Guia 2012 das Revistas Exame/ Você S.A. sobre as 150 Melhores Empresas Para Você Trabalhar’ terem nota superior a 85% de aprovação no que diz respeito ao investimento sobre desenvolvimento de seus funcionários? Mais uma pergunta: sabia que este critério é mais relevante para os funcionários do que o próprio salário?

Pois é. E sabe por quê? Porque as pessoas correlacionam diretamente o investimento em treinamentos e desenvolvimento com perspectivas de crescimento profissional, de ascensão na carreira.

Há algumas décadas um grande empreendedor do ramo de empresas aéreas já dizia: “Investir em treinamentos é caro. NÃO investir é MUITO MAIS CARO”.

Acha bobagem? Então perceba se já se deparou com este quadro: profissionais que chegam atrasados e não veem a hora de o relógio chegar àquela fantástica hora de ir embora; que aos poucos vão perdendo rendimento, começam a ter problemas de relacionamento dentro da empresa. As faltas vão aumentando, afastamento por atestado médico, atrasos e reclamações também. Pouca concentração no que fazem, desperdício de materiais e insumos. Vivem insatisfeitos com seu trabalho, desmotivados, sem perceber perspectivas de mudanças, se queixam aos colegas sobre o ‘descaso’ da empresa, contaminam o ambiente. Não buscam reciclagens e ficam no ciclo de entrega de tarefas SMM (Sempre a mesma....mesmice)

A saída para o empresário?- Das duas uma: ou ignora e finge que está tudo bem, apesar de reclamar aos quatro ventos sobre o funcionário ou a mais radical. Demite e contrata outro. Encargos trabalhistas para quem sai, novos gastos para a nova contratação. O novo contratado, por sua vez deverá passar pela experiência, pela adaptação à função, aos companheiros, à política da empresa e se tudo der certo consegue ser efetivado. E adivinha o que acontece? Um ciclo semelhante ao descrito acima começa.

Parece ‘chover no molhado’, mas infelizmente ainda é cultura em algumas empresas não investir em treinamento. As justificativas? Não é fácil mensurar o resultado, ou o retorno sobre o investimento e que não adianta preparar as pessoas porque elas podem a qualquer momento ir embora da empresa. Mentalidade um tanto quanto obsoleta.

Como exigir comprometimento do funcionário que fica anos em uma empresa sem receber um mínimo de desenvolvimento por parte desta? E mais uma pergunta:em tese, onde seria aplicado este desenvolvimento obtido, quem desfrutaria desta melhoria? Logicamente a própria empresa.

Ainda não está convencido? Pois bem, mais alguns dados importantes: Segundo a Fundação Getulio Vargas, 86,3% dos problemas nas empresas são de ordem comportamental e de acordo com a Revista Vida Simples 75,1% dos profissionais apontam a desmotivação como fator que impacta negativamente em seu rendimento.

Seria importante se sua empresa contasse com profissionais comprometidos, dedicados, eficazes e com visão empreendedora? Então, ajude-os a desenvolver estas e outras competências. Pode ter certeza, é bem mais gratificante e mais barato do que este eterno ciclo ‘contrata-demite’.

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