quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Cura Mente/Corpo - José Carlos Carturan


Comentar sobre os comportamentos do ser humano e a influência que estes comportamentos exercem no processo de cura pode parecer complexo à primeira vista, mas ao analisarmos as bases de estudo com atenção, veremos que em nosso cotidiano já nos deparamos com diversas situações deste tipo.

Depois de observar o desenlace de diversos casos de tratamento de seus pacientes o Dr. Milton Erickson, considerado o pai da hipnose moderna, criou e passou a reconhecer a teoria de que há estreita conexão entre o cérebro, a mente e o corpo no processo de recuperação dos indivíduos.

Baseado neste conceito, o renomado Dr. Ernest Rossi, PhD em psicobiologia passou a pesquisar e estudar casos clínicos onde os pacientes eram submetidos à rigorosa avaliação e passavam por inúmeros processos conjuntos ao tratamento convencional. Nestes estudos foram medidos diversos componentes neurológicos e fisiológicos do organismo da pessoa no momento do início do tratamento e depois de ministrados os medicamentos convencionais e os medicamentos chamados placebo (que não possuem ação específica nos sintomas ou na doença). Além disso, foram observadas criteriosamente as maneiras com que estes pacientes reagiam ao tratamento.

Os resultados foram espantosos. Os pacientes que demonstravam maior confiança na equipe médica (fator muito importante), mais otimismo em relação à cura e possuíam maior alegria e bom humor apresentaram melhora no quadro clínico muito mais significativa, mesmo sob o efeito de placebos, do que os pacientes que se demonstravam pessimistas, céticos e desconfiados em relação ao tratamento.

Vejam bem, quando digo melhora significativa, estou falando de resultados mensuráveis e não na teoria do “eu acho”. Exames detalhados foram realizados e apresentaram melhora considerável nos níveis de anticorpos, células de defesa do organismo e imunoglobulinas. Os sintomas da doença também haviam diminuído visivelmente e os pacientes encontravam-se num quadro geral extremamente satisfatório.

O Dr. Ernest Rossi, apoiado em seus estudos, afirma que a expectativa positiva de cura por parte do paciente consiste em até 50% de uma recuperação bem sucedida. Nestes casos, o próprio organismo combate o estresse causado pela doença e libera substâncias como as endorfinas (neurotransmissores) responsáveis pelo relaxamento do indivíduo frente aos transtornos que a doença causa.

Atualmente, apesar de ainda gerar inúmeras controvérsias, esta teoria já adotada há vários anos na Europa, Estados Unidos e Canadá, passou a ser mais bem aceita na América Latina e por profissionais brasileiros na área da saúde.

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