segunda-feira, 15 de abril de 2013

Velhas verdades - José Carlos Carturan



Há muito tempo você possui exatamente as mesmas crenças, faz as mesmas coisas, do mesmo jeito? Mau sinal. Desculpe ser tão direto assim, mas infelizmente se sua vida está estagnada é muito provável que você tenha caído em uma das duas armadilhas muito comuns ao ser humano. A primeira é o conformismo, onde achamos que tudo está bom e adotamos o perigoso ‘ Deixa como está para ver como fica’. E a segunda, esta sim é extremamente problemática. O medo de se abrir a novas verdades, quebrar velhos paradigmas, mudar padrões de comportamento e atitude e principalmente de enfrentar novos desafios. E estas questões ‘pegam’ justamente nos pontos mais delicados. Exemplos? Religião, política, sexo.

Assuntos que são considerados tabus e permeados por uma aura de proibição, punição e falso puritanismo, que levam a discussões acaloradas, normalmente hipócritas e preconceituosas, por parte de uma sociedade que se diz moderna, mas tem base em leis e normas do início do século passado (ou retrasado?).

Quer mais exemplos? Mulheres em pleno século XXI são apedrejadas em praça pública, casos de corrupção, enriquecimento ilícito e pedofilia, nas mais variadas religiões são encobertos em nome da “fé”.

Concordo que é muito mais fácil se apegar a velhos costumes, situações já conhecidas e circunstâncias onde ilusioriamente, estamos no controle. Mas a única verdade irrefutável é que todas as verdades são apenas ‘meia verdade’. O que era absoluto ontem, hoje não é mais.

Não se assuste. Nossos ancestrais também passaram por isso. Tiveram de aceitar que a Terra era redonda e não plana. Foram obrigados a aceitar que era a Terra que girava em torno do Sol e não o contrário. Passaram anos acreditando que mente e corpo eram duas entidades separadas quando hoje a neurociência comprova que há uma relação de interdependência entre ambos.

E é normal que sejamos relutantes a mudanças. Mudanças trazem desconforto, receio, insegurança. Mas sejamos honestos, sem rodeios. O ´bicho pega’ mesmo é quando alguns valores, crenças, paradigmas e dogmas são tocados de forma direta e nos deparamos com uma realidade que era totalmente contrária à que acreditávamos até então.

E então há duas saídas: Virar as costas e ignorar o que apareceu de novidade ou mergulhar de cabeça nesta nova oportunidade de aprender algo novo e entender as coisas de modo diferente. Ouso dizer que hoje o mundo está como está, porque a imensa maioria das pessoas prefere a primeira opção. Acham melhor ficar presas a velhos conceitos do que arriscar-se em caminhos desconhecidos.
Em âmbito comportamental é bastante simples entender. Geralmente o questionamento inconsciente é o seguinte: “Mas se isso for verdade, como fica tudo em que acreditei até hoje?” É muito mais fácil adotarmos uma postura crítica e incrédula do que mudarmos nosso ponto de vista. Faz parte.

Pois é. Há várias maneiras estabelecidas e legais de coagir nossa liberdade de raciocínio, de pensarmos e decidirmos livremente. No entanto, reflita com carinho. A falta de conhecimento é circunstancial e compreensível. A eterna ignorância é opcional.

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